terça-feira, 17 de setembro de 2013

Integração Económica

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Capítulo 1

O comércio internacional está organizado mundialmente numa base multilateral. É assim desde 1947 com a assinatura do GATT. O objectivo é liberalizar as trocas comerciais entre o maior numero possível de países.

Desde o século XIX que as relações de comércio entre os países têm sido ora mais liberais, ora mais protegidas. Mesmo hoje que a economia é global com liberdade de circulação de produtos, ainda temos alguma forma de protecionismo. Mesmo com vantagens comprovadas deta liberdade de comércio, os países ainda protegem os produtos nacionais dos produtos importados de outros países e também favorecem a exportação de produtos nacionais para mercados externos. Assim sendo, o livre-cambismo, nunca existiu realmente.

Da teoria do comércio internacional à política comercial

Até aos finais dos anos 70, o comércio internacional baseou-se nas vantagens competitivas de D. Ricardo e no modelo de HOS. A primeira teoria diz-nos que se um país estiver em desvantagem em relação a outro em todos os produtos, aos níveis dos custos de produção (chamado de desvantagem absoluta) ele tem uma menor desvantagem relativa em alguns produtos do que noutros. Assim simetricamente o país que tem a vantagem absoluta em todos os sectores (ou seja, o custo absoluto mais baixo) tem uma maior vantagem relativa nuns sectores do que noutros. Assim se estiverem interessados na especialização, devem concentra-se nos produtos com menor desvantagem relativa e também nos produtos com maior vantagem relativa. O comércio internacional vai então permitir exportar os produtos que estão em excesso e importar aqueles cuja produção nacional não é a suficiente. Com isto, cada um desses países vai aumentar a sua qualidade de vida com esta especialização, coisa que não era possível sem a especialização nem sem o comércio internacional.

Na teoria de Ricardo a diferença nos custos de produção tem a haver com a produtividade no trabalho como resultado da tecnologia utilizada. Já o modelo de HOS tem em conta a mesma tecnologia utilizada nos dois mercados mas com diferenças entre factores de produtividade. O país com maior abundância de mão de obra terá o custo relativo mais baixo no fator de mão de obra. O país com mais capital mas menos mão de obra terá um custo relativo mais  baixo no fator capital.  Assim sendo deverão de trocar produtos onde têm maior vantagem competitiva.

Estas duas teorias dizem que um país deve praticar o livre cambismo para poder tirar o maior partido da sua divisão internacional do trabalho. Os poderes politicos nada podem fazer para dar vantagem ao seu país se os factores da especialização do trabalho o deixe em desvantagem. Assim não se deve usar medidas protecionistas.
Temos no entanto de considerar a especialização de muitos países, em particular os mais desenvolvidos por têm maior peso no comércio internacional. A nova teoria do comércio internacional assume desde o principio que existe concorrência imperfeita. Assim esta nova teoria vai apresentar várias explicações possiveis para a especialização internacional.

As diferentes inovações de tecnologia são uma das explicações, ou seja a introdução de nova tecnologia na fabricação dos produtos, outra é o ciclo de vida dos produtos. O ritmo de inovação é diferente de país para país portanto aquele que tem mais inovação, tem vantagem competitiva sobre os demais, sob a forma de monopolio o que lhe dá uma nova especialização. Este monopólio é temporário visto que a tecnologia mais cedo ou mais tarde será difundida para ou outros países. No entanto se conseguir obter economias de escala, a vantagem inicial pode prolongar-se. Se a empresa detentora da inovação tiver um grande mercado, estas economias de escala vão dar-lhe um grande nivel de competitividade em relação á concorrência que têm a mesma tecnologia mas um mercado mais pequeno.

Outra fonte de especialização poderá ser a diferenciação do produto. Esta teoria diz que as diferentes caracteristicas que o mesmo produto pode ter aliado á diferente preferência dos consumidores podem ser uma das explicações do comércio internacional.

A teoria clássica permite estudar e compreender as trocas entre países com diferentes graus de desenvolvimento, enquanto que a estas novas permitem estudar aqueles com desenvolvimento similar e entre produtos diferentes mas dentro do msmo sector. No entanto a compreensão da politica comercial deixa de ser simples pois agora existem mais fatores para influenciar a influência politica tais como tecnologia, especialização e diferenciação.

E evolução das politicas comerciais do inicio do sec XIX a 1947

Entre a o sec XIX e a assinatura do GATT houve grandes alternancias entre politicas protecionistas e de abertura baseado nos relações entre os países sendo muitas das vezes bilaterais.

Do inicio do sec XIX á I Guerra Mundial

A Inglaterra era o país mais avançado no sec XIX e no ano 1846 passou de um regime protecionista a um regime livre-cambista. Até a esse momento as Corn Laws que estavam em vigor desde 1436 e protegiam os produtores nacionais com direitos aduaneiros pesados aos cereais importados. Tais leis faziam com que o pão fosse mais caro e como tal tinha impacto nos salários dos trabalhadores e o custo de produção era então maior. Ao mesmo tempo outros países fecharam-se á importação de produtos da Inglaterra e como tal os industriais estavam contra elas. Por outro lado economista influentes na época como A. Smith e D. Ricardo eram a favor do livre-cambismo baseados em argumentos cientificos que concluiam que haveria vantagem para todos os participantes se houvesse livre-cambismo.

Em 1860 a Inglaterra tinha então abolido todos os direitos aduaneiros e apenas 48 produtos eram proibidos de serem importados.

Esta nova politica viria a ter influencia em todo o continente que seguiu a mesma politica, mas os EUA continuram sem serem influenciados por ela que de fato até aumentou o nivel dos direitos aduaneiros que já eram elevados em 1820.

Em toda a primeira metade do sec XIX a politica comercial americana foi dominada pelo argumento das industrias nascentes que defendia que todas as industrias nascentes dentro dos EUA deveriam de ser protegidas até que conseguissem ser competitivas sem a mesma proteção. Assim os ganhos futuros compensarão mais do que as perdas imediatas de tal politica de proteção. A competitividade será alcançada pelas economias de escala visto o mercado americano ser grande e também com o processo de aprendizegem chamado learn by doing.

Friendrich no seu Sistema nacional de economia política em 1841 teve grande influência na Alemanha e no resto da Europa continental. Como ele tinha vivido nos EUA ficou impressionado como tal política tinha feito a industria dos EUA crescer com a sua proteção.

Como tal apenas 20 anos depois, a Alemanha volta ao grande protecionismo das industrias nacionais com a adoção de politicas aduaneiras em 1879 com o consulado de Bismark. A França segue o mesmo caminho em 1892. Até á I Guerra Mundial os países da Europa seguem o mesmo caminho. Contudo em 1913 os países ficaram mais abertos globalmente que no inicio de XIX. A Inglaterra continua a praticar o livre-cambismo unilateral. Nos EUA o protecionismo ficou mais forte com a vitória do Norte sobre o Sul e durou até 1913.

Da I Guerra Mundia até 1947

Durante a I Guerra os países isolaram as suas economias do exterior através de direitos aduaneiros, probição ou restrições de quantidades de importações, controlo cambial, etc. Nos anos 20 com paz os obstáculos continuaram devido á inflação da consequência da reconstrução dos países. Até mesmo a Inglaterra adota outra vez o protecionismo em 1921 com um nível moderado de direitos aduaneiros.

Em 1929 a crise mundial fomentou uma forte quebra no comércio internacional e uma enorme queda nos preços mundiais. Para combater esta crise, os países limitaram a importação com barreiras. Em 1930 os EUA adotaram uma pauta de 40% sobre todos os produtos importados e os países Europeus adotaram medidas similares. Isso teve a consequência de reduzir o comércio internacional em 40% entre 1929 e 1932 e a produção mundial nesse mesmo tempo diminiu 20%.

Após terminar a II Guerra, o protecionismo manteve-se elevado. Contudo com o GATT em 1947 começou a diminuir o protecionismo.

Formas e efeitos do protecionismo

O protecionismo é descrito como barreiras á entrada de bens, serviços ou fatores de produção estrangeiros no mercado interno do país. Estas medidas adotadas pelo governo têm como objectivo proteger a economia nacional. Estas medidas servem para dar mais competitividade aos produtores nacionais face aos estrageiros, tanto no mercado nacional, como no mercado estrangeiro.

A) Direitos aduaneiros

Esta é a forma mais comum de protecionismo praticada desde XVIII. É um imposto cobrado sobre os produtos com origem no estrageiro quando entram no país. Este imposto irá acrescer o preço mundial do produto fazendo com que fique mais caro para os consumidores finais nacionais. Estes direitos aduaneiros podem ser tanto ad valorem como especificos. Os ad valorem são um imposto sobre a percentagem da importanção sobre o valor depois de considerados todos os custos CIF (cost, insurance, freight).

Os direitos aduaneiros ad valorem têm sido cada vez menos utilizados mas ainda assim são extremamente utilizados no mundo tanto por países pouco desenvolvidos como por países mais desenvolvidos. Assim alguns produtos podem mesmo ter direitos aduaneiros de mais de 200% na India. Na União Europeia estes direiros são em média de 20% no sector agricola. Na industria em média estes direitos são elevados nos países menos desenvolvidos. No sector textil permanece cerca de o dobro da média total da industria, principalmente na EU, EUA, Japão e Canadá.

Um outro fator importante de salientar, para além do nível global ou por sector, é o grau de dispersão pois a estrutura aduaneira pode ser mais dispersa ou homogénia de país para país ou de região para região. Em geral usa-se dois métidos para calcular a dispersão. Estes são os picos tarifários e o desvio-padrão. Picos tarifários são aqueles que são 3 vezes a média dos direitos. Estes picos são 3% nos EUA e na UE e no Japão e 6% no Canadá. Depoi de usado o desvio padrão, é nos EUA que a tarifa é mais uniforme.

Nos direitos especificos, a taxa fixa por unidades era muito usada no sec XIX, mas agora está praticamente em desuso. Isso deve-use a se o preço aumenta, a proteção diminui e vice-versa. Já no ad valorem isso não acontece.


Os direitos aduaneiros quando comparado com outras formas de protecção tem a vantagem de ser transparente, os exportadores estrangeiros conhecem com certeza quais são os obstáculos que irão enfrentar para exportar para o país pretendido. Assim é fácil para eles determinar o preço que irão praticar. Estes direitos aumentam a produção nacional do país onde ele é aplicado (o preço mais alto da importação permite a mais produtores operar no país). O Estado também vê as suas receitas a aumentar visto esses direitos serem receitas fiscais.

Um dos problemas na aplicação dos direitos aduaneiros tem a haver com a origem dos produtos importados. Os direitos de um país A para produtos de um país C podem passar por um país B e assim pagar menos. O país A pode então estabelecer uma regra de origem e assim o produto da origem do país C que passa por B pagar tanto como se viesse diretamente do país C.

No entanto visto que com a globalização da economia cada vez mais os produtos vêm de vários países antes de ser fabricado o produto final, as regras de origem não forçam a que um produto seja totalmente produzido no país de origem. Apenas parte do produto é considerado para aplicar o imposto.

B) Restrições quantitativas


Outra forma de proteção chamada de restrição quantitativa ou de contingentação. O país importador pode aplicar um limite á quantidade de produto importado chamado de quotas por um determinado periodo de tempo, geralmente de um ano. Esta limitação pode ser am quantidade ou valor. Esta limitação pode ser feita a um país ou a um grupo de países. Para aplicar este protecionismo usam-se duas modalidades. A primeiro a licença é vendida em leilão aos distribuidores locais ou estrangeiros e assim gera receitas para o Estado. Outra possibilidade é a atribuição da licença ao primeiro que chegar ou de acordo com as quotas de mercado atribuidas por cada um dos candidatos num periodo anterior.

Considerando a história, as quotas eram o instrumento favorito dos mercantilistas sendo estas substituidas pelos direitos aduaneiros no sec XVIII. Depois voltaram como instrumento dominante no periodo entre das duas grandes guerras. Esta forma de protecionismo foi no entanto proíbida pelo GATT.

Tal como os direitos aduaneiros, as restrições da quantidade acresciam o preço final do produto. No entanto agora entra em jogo a oferta e a procura. Assim a quantidade oferecida diminui e o produto doméstico vê a sua produção acrescida. Tal como os direitos aduaneiros, as quotas são transparentes pois o exportador sabe com exatidão qual é a quantidade limite que pode exportar.

C) Restrições voluntárias de exportação (RVE)

Com a redução dos direitos aduaneiros conseguida com o GATT e a proibição das quantidades restritivas imposta por este acordo, novos instrumentos protecionistas foram surgido, alguns um tanto menos transparentes, ao longo das duas ultimas décadas do sec XX. Foram por vezes chamadas de neo-protecionismo. O RVE é um novo instrumento do protecionismo. Este +e um acordo entre o país importador com o país exportador sobre as quantidades permitidas durante um determinado periodo.

Estes acordos também podem ser acordos quantitativos intergovernamentais ou acordos de comercialização ordenada (OMA: Orderly Makets Agreements). O grau de transparência pode ser variável. A transparência é máxima quando os acordos entre os governos são anunciadas publicamente, caso contrário temos uma total opacidade. Nesse exemplo de opacidade temos acordos clandestinos entre concorrentes do mesmo sector de diferentes países. Estes acordos são feitos para manter boas relações entre os países mas também para evitar danos por excesso de importação.

Este tipo de acordos já era usado antes da Segunda Guerra Mundial. No entanto só nos anos 70 se tornou mais generalizado. Os mercados mais protegidos são os EUA e a Europa. As restrições aplicam-se principalmente á Coreia do Sul e ao Japão e aos países de Leste da Europa e também países em vias de desenvolvimento.

No entanto este protecionismo RVE foi proibido pelo GATT em 1995.

D) Barreiras técnicas e físicas

Definir normais relativamente à produção, embalagem e comercialização dos produtos, também é uma barreira à entrada de produtos importados. Esta forma de protecionismo tem vindo a ser usada nas ultimas decadas. Na Comunidade Europeia onde os direitos aduaneiros e as restrições de quantidades foram eliminadas desde os finais dos anos 60.

As formalidades administrativas também podem representar uma barreira á entrada no mercado dos produtos importados por poder erguer um atraso á entrada do produto no mercado até ao seu utilizador final. Tais formalidades podem ser a regularização de impostos indiretos, recolha de dados estatisticos ou verificação da conformidade com as normas técnicas ou comerciais.

Estas barreirias físicas também acrescem ao preço final do produto para o consumidor final e funciona como instrumento de proteção.

E) Mercados públicos

Esta medida não é nova e trata-se de oferecer obras públicas aos produtores nacionais. Foi largamente usada ao longo do sec. XX. Esta prática pode ser má para o Estado pois pode pagar um preço mais alto por um produto com menos qualidade.

No entanto, hoje, todas as obras têm de ir a concurso público e todos os países membros da União podem concorrer.

F) Subsídios á produção

Esta forma de protecionismo é diferente das anteriores e muito utilizada. Com ela o país importador dá subsídios aos produtores nacionais para que eles consigam fazer face á concorrência. Assim o custo de produção baixa visto que parte dos custos é suportada pelo subsídio. Assim o consumidor final não é prejudicado por preços mais elevados e as barreiras á entrada mantêm-se.

G) Subsidios á exportação

Para os produtores nacionais se tornarem mais competitivos no exterior também podem receber subsídios.

H) Dumping

As exportações de um país podem ser estimuladas pelo dumping feito pelas empresas nacionais. Os produtos são vendidos a um preço  mais baixo no estrangeiro do que aquele que custa produzir o produto no mercado nacional, de forma a eliminar a concorrência e assim mais tarde subir o preço e recuperar as perdas. Esta é uma prática desleal e proíbidida pelo GATT mas é dificil de ser provada.

Também é comum recorrerem ao dumping social, ou seja usar trabalho infantil e das prisões para obterem custos de produção muito mais baixos. Também existe o dumping ambiental que significa desrespeitar as regram ambientais que iriam aumentar o custo de produção.

I) Direitos anti-dumping e medidas de compensação.

Neste caso o país importador, para fazer face ao dumping praticado pela empresa exportadora para esse país, dá subsidios aos produtores nacionais para baixar o custo de produção e assim baixar o preço do produto para conseguir fazer face ao dumping.

J) O protecionismo monetário


Um país pode obter vantagem e ganhos de competitividade se baixar o valor da sua moeda em relação á moeda do país exportador. A desvalorização da moeda faz os produtos mais baratos de serem exportados e mais caros para a concorrência os vender no nosso país.  Assim as importações descem e as exportações sobem, favorecendo os produtores domésticos. Não existem regras contra esta medida, mas não pode ser aplicada na Zona Euro visto a moeda ser única. 

1.1.4 Medida Global do nível de proteção

Como existem muitas ferramentas de proteção, é dificil medir o grau de proteção de um país. O mais fiável é o imposto aduaneiro mas mesmo com este existem problemas.

Em primeiro lugar os dados disponíveis são dos direitos máximos ou consolidados, ou seja, é dificil saber os direitos médios. Mesmo com a média dada, podem haver picos de direitos em alguns setores o que torna mais dificil avaliar o nível dos direitos.

1.1.5 Proteção efetiva

Se as proteção aumenta o preço final do produto, também aumenta o preço dos produtos intermédios que os produtores nacionais precisam de usar para produzir os seus produtos.

1.2 Principios de organização do comércio internacional

A organização das relações entre países pode obedecer a 4 diferentes principios: o unilateralismo, o bilateralismo, o multilateralismo e o regionalismo. Visto que o unilateralismo está associado ao bilateralismo vamos então considerar apenas 3 desta relações.

1.2.1 Unilateralismo e bilateralismo

O unilateralismo defini-se pela ausência de regras coletivas e pela autonomia de decisão. Assim cada país decide livremente a sua política comercial. Pode não haver direitos aduaneiros consolidados, ou seja, direitos máximos garantidos. O país pode alterar estes a qualquer momento e praticar diferentes politicas com diferentes parceiros. Este tem anda a vantagem de o país ter soberania em relação a acordos de um organismo internacional. Como tal o unilateralismo é um luxo de países lideres.

Já o bilateralismo é uma pratica de acordos comerciais entre 2 países previligiados em relação ao resto do mundo.

1.2.2 Multilateralismo

Sistema de organização do comércio para abranger o maior numero de países possível e são regidos por regras comuns. Este é o sistemas que o GATT e a OMC procura instaurar.

A) Os principios fundamentais do GATT

O GATT é um tratado assinado em 1947 com os principios da organização do comércio internacional. O objectivo não é o livre-cambismo mas estabelecer um regime de cooperação entre os países com o objectivo de diminuir os entraves ao comércio internacional.

O acordo assenta em quatro principios fundamentais:

Cláusula da nação mais favorecida

Este é o primeiro e o mais importante principio. Todos os países que assinarem o GATT têm de reduzir a proteção a todos os outros signatários do mesmo acordo. Assim, é possível a criação de zonas de comércio livre ou de uniões aduaneiras; Podem ser concedidas derrogações ao principio em questão a um determinado signatário; Há ainda excepções gerais; Existem por ultimo excepções relativas à segurança nacional ou internacional.
Reciprocidade

O segundo principio diz que os países que beneficiem da redução do protecionismo terão de o fazer reciprocamente.

Tratamento nacional

Este diz que uma vez entrados os produtos estrangeiros no mercado doméstico, terão de ser tratados como domésticos também em termos de taxas, impostos e regulamentações.

Transparência

Este diz que a formas de protecionismo não transparentes têm de ser eliminadas.

B) Ciclos de negociações e os seus resultados

Os 8 ciclos de negociação do GATT conseguiram reduzir os direitos aduaneiros em 90% e aumentou o numero de países envolvidos. Depois também passou a incluir as medidas anti dumping.

C) Do GATT à OMC

O GATT era um acordo. A OMC é uma organização internacional. As principais diferenças são: O GATT era provisódio; O GATT tinha signatários mas a OMC tem membros; a OMC tem mais alcance; a OMC tem um sistemas de resolução de diferendos mais eficaz.

A OMC tem como funcções gerir um conjunto de acordos, servir de plataforma de negociação, resolver diferendos comerciais, supervisionar as politicas comerciais nacionais, etc, e também cooperar com outras organizações internacionais. Os principais acordos geridos pelo GATT são o GATS e o TRIPS.

A evolução do GATT para a OMC deve-se a um conjunto de fatores, mas 3 se destacam. Nos anos 70 e 80 os países ocidentais atingidos pela crise tomaram mais medidas de protecionismo não abrangido pelo GATT. Também o comercio internacional começou a ficar mais complexo e tinha necessidade de uma nova coordenação internacional das politicas comerciais.

1.2.3 O regionalismo

Este é um acordo entre dois ou mais países vizinhos, discriminando o resto do mundo. É igual ao bilateralismo mas envolve mais do que dois países.

A) O conceito de integração regional

Em relação aos outros principios de organização, o regionalismo tem um ambito setorial mais alargado, elimina totalmente as barreiras comerciais e tem uma maior aproximação das políticas internas e das instituições.

A questão que se levanta é até que ponto a eliminação de barreiras comerciais não irá prejudicar alguns países com esse tipo de acordo. Não há dados certos sobre o assunto. Contudo, com esta nova politica os países tendem sempre a ficarem mais unidos e mesmo uma total unificação.

B) Evolução dos momentos de integração

Hoje a integração regional está mais presente na economia mundial do que no passado.

C) A integração regional e as regras do GATT/OMC

A integração regional não está de acordo com a clausula da nação mais favorecida porque os países da zona de integração eliminaram as barreiras entre si, mas não abrangeram os países terceiros. Isto acontece para erguer barreiras em relação a esses países para não prejudicar o bem estar dos países da integração.

D) Estádios e formas da integração

Nada obriga que os países sigam os processos concretos de integração. Em segundo lugar não é fácil estabelecer a relação distinta entre certos acordos comerciais. Em terceiros lugar também temos de considerar os mercados de serviços e não apenas de produtos.


A definição de União Monetária baseia-se nas condições avançadas no Relatório Werner de 1970 para a constituição de uma união monetária na Europa. A livre circulação de capitais não é encarada apenas como um fator produtivo, mas também consubstanciar-se na total integração dos mercados financeiros. A moeda única é a forma extrema prevista para a terceira condição indicada e não é indispensável para uma União Monetária. O Banco Central Único é independente dos poderes políticos e constitui um elemenro de supranacionalidade.

Caracteristicas da UEM

União Monetária: Convertibilidade total e irreversível das moedas; Livre circulação de capitais; Parodades irrevogáveis/moeda única; Banco Central Único

União Económica: Mercado Único; Politica comum da concorrência; Politicas regional e estrutural comum; Coordenação macroeconómica.

A União Económica é mais complexa que a União Monetária. O mercado único compreende a livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais.

E) Razões para a integração económica

A integração económica implica para os países envolvidos algumas restrições às políticas económica nacionais. Os Estados aceitam tal porque terão mais vantagens que desvantagens, ou seja, mais beneficios que custos.

As relações económica internacionais tem as seguintes vantagens:

Maior eficiência na produção tornando possível a especialização;

Maios eficiência na produção

Melhoria dos termos de troca

Ganhos de eficiência micro e macro económica

Capitulo 2

O Mercado Único Europeu (MUE) é composto pela liberdade de circulação dos produtos e dos fatores de produção

2.1 Regras do funcionamento do Mercado Único Europeu

2.1.1 O regime do MUE no domínios dos bens

No MUE vigora a liberdade interna de circulação de bens proibindo a existência de direitos aduaneiros ou de quaisquer outros encargos similares tanto nas importações como nas exportações.

Isso também se aplica a bens não produzidos na Comunidade mas apenas depois de aplicados os direitos aduaneiros adequados.

O Livro Branco foi o ponto de partida para o MU.

Esse programa destaca três conjundos de medidas:

- Eliminação das barreiras técnicas à livre circulação as quais existiam sob as formas de divergências nas legislações nacionais em vários domínios tais como normas de fabrico e condições de comercialização dos produtos; Exigências impostas à prestação de serviços nomeadamente no setor financeiros; Exigências relativas às qualificações para o exercício de profissões liberais.

- Eliminação de barreiras fisicas relativas a mercadorias e pessoas.

- Eliminação das barreiras fiscais


2.1.2 O regime do MUE no domínio dos serviços

A integração do mercado dos serviços tem problemas mais complexos por causa da falta de mobilidade internacional. Vamos abordar algumas regras que regem tal integração dos serviços:

A) As diferentes formas de internacionalização dos serviços

Há quatro formas de internacionalização dos serviços. Uma é a prestação dos serviços á distância. Aqui pode-se comprar um serviço a outro país sem haver deslocação do comprador, nem de fatores de produção. Os serviços são o maior peso relativo no total do comércio internacional e com grande semelhança com as trocas internacionais de bens.

Outra forma de internacionalização consiste no consumo no estrangeiro. Aqui á uma deslocação do consumidor ao estrangeiro. Exemplo é o turismo, estudos, etc. Tem um peso médio na internacinoalização.

Uma terceira forma reside no fornecimento no estrangeiro a partir de uma base nacional. Aqui o prestador desloca-se ao estrangeiro mas mantém a sua base no país de origem.

A quarta forma consiste na presença comercial. Aqui o serviço é prestado através da abertura de um estabelecimento comercial no país onde se encontra o consumidor havendo assim permanente deslocação dos fatores de produção tais como capital e trabalho.

B) As regras aplicáveis às diferentes formas de integração dos serviços

O primeiro artigo diz que a liberdade se aplica tanto ao exercicio da profissão como à abertura de agências. O 49º diz que tal pode acontecer sem que a empresa ou a pessoa esteja aí fisicamente mas as regras a aplicar são as que estão em vigor nesse ultimo país. O artigo 56º consagra o principio da liberdade de circulação de capitais e de realização de pagamentos entre os Estados-Membros.

Apesar do contributo dado por este programa, ainda não podemos dizer que existe um verdadeiro mercado interno de serviços. De facto foram mesmo criadas novas regras juridico administrativas criadas por regras nacionais, regionais ou locais que colocam os operadores domésticos em vantagem em relação aos concorrentes.

A Comissão elaborou assim em 2003 uma proposta diretiva visando a superação destes obstáculos com as seguintes soluções:

No domínio do direito de estabelecimento:

- Os Estados-Membros obrigam-se a simplificar os precedimentos e as formalidades de acesso a uma atividade de serviços e ao seu exercício e aceitando todo e qualquer documento de outro EM que tenha finalidade equivalente que o EM em causa exige para esse fim.

- Obrigam-se a criar um balcão único no qual os prestadores de serviços poderão cumprir todos os procedimentos e formalidades necessários para o acesso à atividade.

- O regime de autorização é sujeito a restrições.

Em matéria de prestação de serviços transfronteiras:

- O EM no qual o serviço é prestado assegura o livre acesso e exercicio da atividade no setor dos serviços no seu território sem poder fazer discriminação.

- Os EM não podem restringir a liberdade de prestação de serviços por um prestador estabelecido em outro EM impondo nomeadamente a obrigação de o prestador possuir um estabelecimento do seu território, obter uma autorização ou ter uma ordem ou associação no seu território ou proibir o prestador de obter as insfraestruturas necessárias á prestação do serviço.

2.2 A teoria estática das uniões aduaneiras

Os direitos aduaneiros com o comércio internacional vieram aumentar a qualidade de vida. Contudo isto também pode originar desvios de comércio e tal resulta em bem estar indeterminado. É esses assuntos que vamos ver agora.

2.2.1. Criação e desvio de comércio numa união aduaneira

O conjunto de hipoteses de desvio de comércio são:

 - As dotações em fatores de produção são dadas
- O mercado tem um grande numero de pequenos agentes
- Os fatores de produção são homogeneos e perfeitamente substituiveis entre si
- Não há economias nem deseconomias internas ou externas
- Acesso livre a toda a gama de tecnologias disponiveis

Ao adotarem uma UA entre si, os países vão adotar uma pauta externa comum. Essa pauta faz subir os preço das importações do resto do mundo no mercado interno da união.

Temos ainda de considerar a expansão de comércio que consiste num aumento das importações em resultado da expansão da procura como resultado de uma diminuição do preço. Trata-se então de um resultado positivo pois permite a aquisição do mesmo produto por menos dinheiro, o que é positivo para os consumidores.

Assim o efeito de substituição faz com que um país passe a ser o único produtor e substitui o resto do mundo nas importações.

Agora vamos ver os efeitos da formação da UA em termos de bem-estar.

- É impossivel saber de antemão qual o efeito de uma UA num país, se será positivo ou negativo.

- A probabilidade de ocorrência de um efeito liquido positivo é tanto maior quanto mais alto for o nível inicial de protecionismo nos países que formam a união aduaneira.

 - Essa probabilidade também aumenta quando o mercado da união constitui uma percela elevada do mercado mundial.

- A ocorrência de um efeito positivo liquido é ainda tanto mais provável quanto mais concorrentes entre si forem os países membros da união em termos de especialização.


2.2.2 Efeitos das uniões aduaneiras nos termos de troca

As UA alteram os termos das trocas entre os dois países participantes. O país menos eficiente passa a pagar mais pela importação do que pagava antes ao resto do mundo ficando assim detriorado em termos de troca.

Se uma UA for suficientemente grande poderá afetar o preço mundial em beneficio dos seus membros. Assim o bem-estar destes países aumenta mas pode detiorar o bem estar do resto do mundo.

2.4 Economias de escala no mercado único

As economias de escala são importantes numa união aduaneira pois tal união pode dar uma enorme vantagem em termos de eficiência

2.4.1 Noção e fontes de economias de escala

Economias de escala acontecem quando o custo médio da produção diminui à medida que a quantidade produzida aumenta. No entanto por vezes a partir de um certo ponto, por cada unidade extra produzia, o custo poderá aumentar e temos uma deseconomia de escala.

O ponto EME (escala mínima eficiente) representa o nível mínimo de produção que é preciso obter para conseguir o menos custo médio possivel.

As economias de escala podem acontecer tanto na produção de um produto, ao nível da unidade de produção e também ao nível de uma empresa.

Na produção de um produto as economias de escala podem ter tripla origem. Podem ser indivisiveis ou seja podem haver indivisibilidades nos fatores de produção podem haver custos fixos elevados. Assim o custo médio para uma pequena quantidade produzida é maior do que para uma maior quantidade.

Outro fator de esconomia de escala reside na especialização da divisão do trabalho. Esta acontece quando se divide uma grande tarefa a ser feita, em pequenas tarefas e se faz-se com que os trabalhadores se especializem apenas nessa tarefa. Este tipo de economias de escala apenas pode ser obtido numa grande fábrica com um grande número de trabalhadores.

Por ultimo pode haver economias de escala num dado produto em resultado do processo de aprendizagem que se obtém com a produção desse mesmo produto chamado de learn by doing que se ganha com a experiência. Quando mais elevado o numero de quantidades produzidas, maior é a economia de escala.


Também se pode obter economias de escala a curto prazo, quando por exemplo, a capacidade de produção passa de 60% ou 70% para 100%. Como exemplo temos o caso de um comboio quando vai cheio. Isto são economias de escala a curto prazo sem alteração da quantidade do fator capital instalado.  

Capitulo 4

4.1.1 Ineficiencias ligadas ao poder de mercado

Formalmente o poder de mercado é o seu poder de fixar o preço acima de um custo de referência. Assim quando há muitas empresas pequenas no mercado, nenhuma tem poder de influenciar o preço e este é definido pelo mercado.

No entanto o poder de mercado pode resultar em três tipos de ineficiências: a alocativa, a ineficiência produtiva e a ineficiência dinâmica.

A) Ineficiência alocativa

Concorrência perfeita admite que os custos são constantes. Já no monopólio o bem-estar social é negativo.

Tipos de estrutura de mercado

Concorrência perfeita – muitos produtores com produtos idênticos, são os mercado financeiros e produtos agricola e não têm nenhum controlo sobre o preço.

Concorrência imperfeita – aqui temos os oligopólios e a concorrêncoa monopolista – poucos produtores, é o caso da industria automóvel e tem algum controlo sobre o preço.

Monopólio – Um único produtor, são o caso dos serviços locais de telefone e eletricidade, têm muito controlo sobre o preço mas geralmente são regulamentados.

B) Ineficiência produtiva

Aqui temos o caso do custo de produção do monopólio é mais elevado do que o de uma empresa em concorrência. Tal tem como causa os gestores da empresa terem menos incentivos para maximizar a eficiência.

C) Ineficiência dinamica

Aqui o mercado é regulado para não haver monopólios e como tal pode haver menos produtividade de algumas empresas menos eficientes.


4.1.3 Inovação e poder de mercado

Aqui podemos de fato ver uma empresa em monopólio ser mais eficiente pois tem os recursos necessários para investir em I&D e inovar. Uma vez que inovou, a empresa que poderia nem ser monopólio, poderá durante algum tempo ser e como tal conseguir lucros extraordinarios ao praticar durante algum tempo preços superiores aos custos marginais.

4.1.4 Mercados contestáveis

Alguns dizem que se os mercados forem contestáveis, pode-se aumentar a eficiência independentemente do número de empresas neles existentes. Um mercado contestável é aquele que tem liberdade de entrada e de saída. O conteito chave aqui é a liberdade de entrada.

4.1.5 Custos de organização

A teoria das organizações vem mostrar que o próprio mercado é gerador de custos.

a) Custos de transação

Segundo a teoria dos custos de transação, o mercado não é apenas um fator de eficiência, mas também é um gerador de custos. São as depesas necessárias á obtenção de informação, seleção de fornecedores e clientes, negociação de contratos, etc.

a) Fatores determinantes dos custos de transação

1. Racionalidade limitada dos agentes económicos

2. Oportunismo nos comportamentos

3. A especificidade dos ativos

b) Consequêcias para a política de concorrência

Como não existe á partida conhecimento sobre o mercado e o seu comportamento, teremos de adotar os conselhos dos aconselhadores económicos até prova em contrário.

B) Custos de agência

NOTA: Saltei o resto deste capitulo á frente e fui diretamente para os mais importantes, o cap 6 e 7. Pag 80 para continuar a estudar esta matéria.

Capitulo 6

6.1 Fundamentos teóricos da politica regional

Uma politica de carater regional tem como finalidade promover a atividade economica numa parte do territorio global de referencia na analise com a finalidade de assegurar um crescimento espacialmente equilibrado.

6.1.1 A teoria convencional do crescimento económico

A) A hipotese de convergência regional

O ponto de partida é a hipotese de convergência regional e tal construção é baseada na teoria neo-classica do crescimento economico. Nela assenta o crescimento economico pela acumulação de capital, mas o capital tem rendimentos marginais decrescentes. Assim, numa economia com uma relação capital-trabalho baix baixa que outra, por outras palavras, se estiver mais atrasada a nivel de desenvolvimento, tem uma produtividade marginal mais elevada e cresce a uma taxa mais alta. Assim por esta prespectiva as economias tendem a converger a longo prazo.

Se consideramos o efeito do progresso tecnico, então esta tendencia para a convergencia é ainda mais rapida. As economias menos desenvolvidas podem tirar partido do conhecimento e tecnologia das economias mais avançadas para acelerar o seu crescimento, visto tal tecnologia ter sido testada e comprovada. Isto chama-se processo de imitação.

No entanto as hipoteses de convergencia têm mostrado resultados contraditórios. Primeiro foram estudades economias muito diferentes e como tal os estudos concluem que não ha convergência. No entanto se analisarmos economias similares, então já há convergência. A conclusão é que não há convergência absoluta mas apenas convergência condicional.

Como tal convergência ainda não é visivel, não sabemos que pontos são necessários serem similares para que tal aconteça.

B) Possibilidade de divergência na teoria convencional

Ao contrário da anterior a teoria do crescimento endógeno mostra possibilidade de divergência. Assim como os países mais avançados investem mais em I&D,  a diferença entre eles e os mais atrasados tende a crescer.

6.1.2 Economias de aglomeração e crescimento cumulativo

Há três tipos de fatores que podem levar a atividade económica de um mesmo setor e concentrar-se num mesmo local em vez de se dispersar. São a concentração de mão de obra qualificada nesse local, vasta oferta de bens intermédios e serviços especializados e a maior facilidade de circulação de informação a curta distância.

Assim com estes três fatores podem resultar externalidades positivas para as empresas instaladas no local. Isto significa beneficios sem custos correspondentes para estas empresas.

Outra vantagem é a curta distância e isso geralmente representa redução de custos e do preço do produto.

A circulação de informação à curta distância também representa uma vantagem.

Existem 2 tipos de informação, a tácita e a codificada. A codificada é a escrita e é facilmente transmitido à distância. Já a tácita não é transmitivel a longas distâncias.

6.1.3 Integração económica e localização da produção

Para além das analises feitas anteriormente, agora temos também de considerar o centro/periferia. Vamos analisar as forças centripetas e forças centrifugas que uma integração economica como a da UE é capaz de gerar. O objectivo é calcular o custo total do produto tendo em conta a localização da produção. Temos de considerar o custo de produção e o custo de distribuição.

Os dois locais alternativos para a produção são o centro ou a periferia ou ambos. Supõe-se que o custo de produção é mais elevado no centro. Também se supõe que existem economias de escala e custos de transporte no produto em questão. Se houverem economias de escala em causa, então localizar a produção toda num só local é que  tira partido delas.

Se toda a produção ficar no centro, haverá mais custos de produção mas menos custos de distribuição visto que a maioria da população está no centro. Com a produção na periferia também temos economias de escala mas menos custos de produção mas mais custos de distribuição. Se dividir-mos a produção pelo centro e a periferia não temos economias de escala mas temos menos custos de distribuição.

Assim temos de saber os custos de cada modelo e optar pelo que custa menos.

6.2 A evolução da Comunidade e o reforço das assimetrias regionais

6.2.1 O aumento dos desiquilibrios regionais na sequência dos alargamentos da Comunidade

À medida que a comunidade se alarga, também vemos cada vez mais heterogenidade do ponto de vista espacial. Este é o primeiro desafio que se coloca em termos de politica regional.

Ao nível das regiões as diferenças são ainda maiores ao nivel do PIB per capita.

6.2.2 Incertezas sobre a convergência após a integração

Existe a convergência. As economias e zonas mais pobres tendem a crescer mais depressa que as mais ricas. A diferença entre o PIB per capita tende a convergir.

6.2.3 As assimetrias regionais, um problema comunitário

Como existem tais disparidades, a politica regional tem de se impor por necessidade. Falta só saber em que ponto ela deve situar-se e intervir.

Uma das tais intervenções é a lei do preço unico em todo o territorio em questão. No entanto isto não pode funcionar visto o rendimento das pessoas ser diferente de país para país. Também o crescimento das zonas mais pobres cria novos mercados para produtos das zonas mais ricas portanto com a ajuda ás zonas mais pobres, todos ficam a ganhar.

Como ajuda a comunidade transfere fundos para as zonas mais pobres. No entanto só isso não chega. Também deverá de intervir ativamente.

6.3 A politica regional europeia e os Fundos Estruturais até 2006

6.3.1 Os primeiros passos da politica regional comunitária

Até 1975 a comunidade não tinha instrumentos próprios de politica regional. Assim a CEE refere a necessidade de ajudar então os mais necessitados.

6.3.2 A politica regional europeia na sequencia da reforma dos fundos estruturais de 1988

Os 3 Pacotes Delors foram o primeiro passo para ajudar então os mais pobres.

Objetivo 1º - promoção do desenvolvimento e do ajustamento estrutural das regiões menos desenvolvidas. Essas regiões são aquelas com menos de 75% do PIB/Habitante da média comunitária.

Objetivo 2º - As regiões elegiveis são aquelas que se encontravam especializadas mas agora estão em recessão.

Objetivo 3º - Prestar fundos á educação, formação e emprego.

Os restantes fundos são destinados a Iniciativas Comunitárias.



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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sistemas de Informação para a Gestão

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O ser humano precisa de informação no seu dia a dia. Por exemplo, precisa de saber qual a melhor estrada para a localização onde pretende ir, ou outra coisa tão simples como saber se pode passar um cruzamento ou se deve parar, graças á cor do semáforo.

A informática (informação automática) veio para ajudar o ser humano a produzir, processar e armazenar informação.

Os níveis de responsabilidade da informação são três: nível estratégico, nível táctico e finalmente na base da pirâmide o nível operacional (dia a dia).

Conceito de Sistema

No mundo altamente competitivo em que vivemos, é necessário um sistema de informação para a gestão da informação.

A Teoria Geral dos Sistemas

Esta teoria foi desenvolvida por Ludwig Von Bertalanffy na tentativa de encontrar um modelo conceptual que possa ser aplicado às diferentes áreas da ciência com o objectivo de criar uma maior união entre elas. Para as ciências gerais, quer elas sejam formais ou informais, vem contribuir para o estudo das organizações e respectivos sistemas de informação.

Segundo Bertalanffy um sistema é um conjunto complexo de elementos em interação. O mundo em que vivemos é constituído por sistemas. Até mesmo o ser humano é um sistema. As empresas também são sistemas. O sistema de informação é um sistema também. Nas organizações os sistemas podem ser descritos através dos recursos humanos, materiais ou financeiros. Nos sistemas informáticos temos os componentes de hardware, software e peopleware, sendo estes últimos as pessoas sem os quais não é possível obter os outputs do sistema informático).

O objectivo do sistema é trabalhar para atingir um objectivo em comum trabalhando com os diversos elementos que o constituem. Filipe Rivas expressa a essência deste conceito referindo que um sistema é um conjunto de elementos relacionados entre si atuando num determinado ambiente tendo por finalidade alcançar os objetivos comuns e com capacidade de auto controlo.


A capacidade de auto controlo consiste na possibilidade de verificar seo o sistema está ou não a atingir os seus objetivos para efetuar eventuais correções de forma a que os objectivos sejam atingidos. Se o sistema não está a conseguir tal, terá de ser corrigido ou efetuar alterações no seu processamento.


Caracteristicas Gerais dos Sistemas

Uma característica importante dos sistemas é interligação e cooperação entre os elementos que o constituem. Quando estes elementos trabalham em conjunto o resultado da sua acção é superior do que o somatório das suas ações individuais. A esta propriedade dá-se o nome de sinergia.

Como todos os sistemas estão incorporados noutros sistemas (meta sistemas) e como podem ser sempre divididos em sistemas mais pequenos (subsistemas) o estudo de tal sistema complexo pode ser feito analisando os sistemas individualmente e a sua ligações entre eles. Um sistema complexo é definido por um sistema do qual fazem parte um grande numero de elementos relacionados entre si. Esta característica é importante quando se realiza um trabalho de análise de sistemas de informação nas organizações pois a sua divisão em subsistemas permite estudar com mais detalhe e depois com a integração deste subsistemas podemos obter uma visão global da organização.

Com o passar do tempo, os sitemas apresentam uma tendência para o aumento da entropia. Assim como os seres humanos, estes nacem, desenvolvem-se e por fim morrem. Quanto maior e mais complexo for um sistema, mais dificil é a sua gestão o que aumenta o risco de entropia e deficiências de funcionamento com o decorrer do tempo. Uma das funções do sistema de informação nas organizações é a diminuição desta mesma entropia. Bertalanffy refere que a entropia é a medida de desordem e por conseguinte a entropia negativa ou informação é a medida da ordam ou da organização.

Sistemas abertos, ao contrário dos sistemas fechados, apresentam uma forte interação com o seu ambiente. Estes sofrem com as mutações ambientais e provocam em função da sua própria ação, alterações no meio envolvente. Tais sistemas têm a propriedade de se adaptarem às mutações externas de forma a manterem os seu equilíbrio dinâmico chamado de homeostase. As empresas e os sistemas de informação têm formas de analisar o meio ambiente e como tal de se adaptarem a ele.

Uma caracteristica dos sistemas de informação é a de quanto mais especializado este for, menos consegue adaptar-se ao meio ambiente se este sofrer alterações. Por exemplo se um software for programado para uma empresa especifica, adaptar o mesmo software a outras empresas poderá ser muito dificil.

Qualquer sistema em funcionamento é constituido por inputs (entradas), processamento e outputs (saídas). Os inputs são as entradas de dados que o sistema recebe para poder operar. O processamento é a parte do sistema que mediante um determinado objectivo, transforma os inputs produzindo os outputs. Estes são o resultado final do processamento dos dados.

É assim que um sistema de informação funciona. Recebe, processa dados e apresenta-os na sua nova forma aos utilizadores.

A quantidade de recursos necessários à manutenção de um sistema tende a ser diretamente proporcional à sua dimensão. Como nem sempre as organizações ponderam o custo de manutenção dos sistemas de informação, geralmente acabam por gastar 50% mais na sua manutenção posteriormente na manutenção de sistemas antigos. A manutenção do sistema de informação consiste em assegurar a sua eficiência adaptando-o a novos requisitos e corrigindo eventuais anomalias.

O Sistema Organizacional

Uma organização pode ser descrita como um sistema complexo com objectivos economicos e sociais das pessoas que a constituem. Assim os seus objectivos são o resultado dos desejos das pessoas que a compõe.  Como tal são geralmente estudadas pelas ciências sociais.

Uma empresa é uma organização social onde a prepeciva económica assume especial relevância. Assim a gestão empresarial corresponde ao processo de utilização dos recursos necessários para atingir os objectivos.  Para tal são geralmente usadas quatro funções: planear, organizar, dirigir e controlar.

O planeamento é a fase que permite definir os objetivos da organização e formular os planos de ação necessários para a sua concretização. Organizar implica a definição dos diferentes grupos, estrutura hierárquica e relações de trabalho. Dirigir corresponde à ação de influenciar os membros da organização para a realização das tarefas que lhes estão atribuídas. A função de controlo verifica se as atividades organizacionais foram executadas de acordo com o planeado.

A gestão de organizazções é um conjunto de conhecimentos, técnicas e métodos cientificamente formulados. No entanto por vezes a parte emotiva e intuitiva também entra em ação nesta gestão devido á complexidade das organizações e dificuldades em prever as alterações ambientais.

O sistema organizacional define a organização como um sistema que processa e transforma bens e serviços produzindo com acréscimo de valor outros bens e serviços interligados com o meio ambiente envolvente.

O ambiente da organização consiste num conjunto de elementos do seu meio envolvente que, apesar de não pertencerem à organização são suscetíveis de alterar o seu comportamento ou de serem influenciados pela própria organização tais como os clientes, fornecedores, estado ou bancos.

Qualquer organização tem três subsistemas fundamentais: os sistema de decisão, o sistema de informação e o sistema de operações. Esta perspetiva da organização é muito importante para a compreensão da função do sistema de informação da organização.

O sistema de decisão corresponde ao conjunto de processos através dos quais a informação é convertida em pre-ação, isto é, na escolha de uma opção que se irá posteriormente procurar e executar. Um dos problemas existentes nas organizações advém da dificuldade de transformar rapidamente as decisões em ações.

Segundo Simon, as decisões podem subdividir-se em duas grandes classes: as programadas e as não programadas.

As decisões programadas são das decisões de rotina para as quais existem regras fixas e formais para que a decisão possa ter tomada de forma automática sem ser necessário recorrer ao raciocínio do responsável pela tomada de decisão. Neste caso podemos automatizar a decisão usando uma tabela de decisão ou uma linguagem de programação.

As decisões não programadas são aquelas que não se podem tomar recorrendo a um algoritmo e é necessário o raciocínio humano. Esta decisão tem de ser pensada pois não existe um método formal de de resolução. Estas são muito subjetivas e dependem muitas vezes da intuição do responsável, por exemplo, a escolha de um argumento publicitário.

As tecnologias da informação dão uma enorme ajuda na tomada de decisões rotineiras mas não ajudam muito nas decisões não rotineiros ou não programadas.
Igot Ansoff apresentou um esquema de classificação em que as decisões de acordo com a sua natureza podem ser classificadas em estratégicas, táticas e operacionais.

As decisões estratégicas são aquelas que estão diretamente relacionadas com a definição da missão, objetivos, estratégias e politicas da organização. Aqui estão incluídas as opções fundamentais da aplicação de recursos entre possíveis alternativas como pode exemplo a escolha dos produtos a serem fabricados ou a seleção dos mercados onde a empresa irá operar. Estas são decisões de elevada importância que irão afetar com significância o caminho para atingir os objetivos e como tal são tomadas pelos gestores de topo da organização.

As decisões táticas dizem respeito aos recursos por forma a responder á exigências requiridas pela estratégia. Aqui temos o exemplo da distribuição e do equipamento.

Já as decisões operacionais têm o objetivo de maximizar a eficiência do processo de conversão dos recursos. Envolvem decisões como o stock. São mais programadas e rotineiras que a estratégica ou tática e de menor importância para a organização.

A classificação de uma decisão não é fácil e pode envolver alguma subjetividade. Essa decisão terá impacto nos objectivos da empresa.

O sistema de decisão tem importância para a organização mas para ser efetuado tem de haver um sistema de operações. Este tem como função a produção de bens e serviços. É o sistema que realiza as ações das decisões transmitidas através do sistema de informação. Também inclui os meios humanos, técnicos e materiais que estão ligados á execução do processo de transformação.

O Conceito de Sistemas de Informação

O sistema de informação de uma organização deverá de deixar aos responsáveis pelas tomadas de decisão, a informação necessária para tal. Deverá também de auxiliar a tomada de decisões não programadas, apoiar o desempenho do sistema de operações e também de permitir a comunicação entre os elementos da organização. Como tal deverá de representar a estrutura da organização e meios de tratamento da informação natural. Informação natural significa informação que não tenha sido artificialmente estruturada usando a informática. Este tipo de informação pode ser oral, textual, gráfica, etc.

O sistema de informação de uma organização é um sistema aberto com objetivos definidos. Estes funcionam de forma interligada com outros sistemas de informação. É este sistema de informação organizacional responsável pelo fornecimento da informação da organização e do seu meio ambiente. Tal informação deverá de estar disponível não só para os elementos da organização, bem como para os do seu meio ambiente tais como clientes, fornecedores, etc.

Obrigatoriamente, todas as organizações possuem um sistema de informação. Sem tal sistema estará em causa a comunicação entre os seus elementos e mesmo a própria organização. Rivas defende que qualquer organização é um sistema de informação. Este recolhe, armazena e processa informação durante as decisões de operação. Não existem organizações sem este sistema de informação, no entanto o sistema usando por algumas organizações não é eficiente.

Robert Anthony apresentou uma classificação dos subsistemas de informação de uma organização que tem por base a estratificação da atividade de gestão no planeamento estratégico, no controlo de gestão e no controlo operacional.

O planeamento estratégico é entendido como decisões sobre as missões da empresa, alterações desses objetivos, recursos a serem utilizados, políticas da empresa, etc. Como tal, os sistemas de informação estratégicos devem fornecer a informação necessária á tomada de tal decisão.

O controlo de gestão significa que os gestores, através deste processo, conseguem os recursoso necessários ao sucesso do objetivo da organização. Está diretamente relacionado com as vendas, pesquisas de mercado, etc.

O sistema de controlo operacional está responsável por assegurar a execução das tarefas de rotina como emissão de faturas, etc.

O Papel das Tecnologias de Informação na Gestão das Organizações

As tecnologias da informação têm evoluído muito. Agora quase todas as organizações são informatizadas. Tal informatização aumenta o nível de eficiência da informação bem como permite obter uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Assim contribui para o crescimento da nossa organização.

Informatização significa automatizar a informação recorrendo ás tecnologias da informação que são uma combinação de hardware e software.

Com o aumento desta tendência tende-se a assumir que sistemas de informação é a mesma coisa que um sistema informático.

O sistema informático é a parte do sistema de informação cujo tratamento e execução é realizado em computador. É a parte automatizada do sistema de informação da organização. Como tal a definição de sistema de informação está relacionada com a organização e não deverá de ser confundido com a introdução de computadores na organização e tratamento da informação. Como tal o sistema de informação organizacional não é um sistema informático.

Sistema de informação de gestão geralmente é associado com sistemas operacionais e transacionais da organização.

Sistemas de Apoio á Decisão e Sistemas de Informação para Executivos ajudam a tratar informação para a tomada de decisão.

Um sistema de apoio é decisão é um sistema computacional que se utiliza para ajudar á tomada de decisão sobre problemas semi estruturados que seja complexo e que requer tratamento de um grande volume de dados. Tem como função processar esses dados e de os apresentar de modo user friendly.

Os sistemas de informação para executivos são sistemas de informação que têm como objectivo produzir informação de apoio a tomada de decisões de topo. Este sistema deverá de ser personalizável por forma a satisfazer as necessidades individuais de cada organização visto que podem variar de organização para organização. Deverão também de ser user friendly para os gestores que não são especialistas em informática.

Sistemas de Informação Empresariais

As organizações em geral e as empresas em particular, passam por diferentes estádios de experiência na adoção e gestão de sistemas e tecnologias de informação.

Esses seis estádios dividem-se em duas eras: a Era do processamento de dados (ou da informática) e a Era da gestão de sistemas de informação. A primeira Era, dos estádios 1 a 3, refere-se ao tempo em que a gestão do processamento de dados se centrava na gestão dos recursos informáticos: técnicos de informática, computadores e software. Na era da gestão de sistemas de informação, estádios 4 a 6, a enfase incide sobre a eficácia dos sistemas de informação ao integrar os processos organizacionais e considerar o enquadramento estratégico dos sistemas e tecnologias de informação na atividade empresarial.

Estádio 1: Iniciação

Nolan diz que os primeiros sistemas estavam relacionados com a automatização das tarefas administrativas tais como processamento de salários, stock, contas correntes. O desenvolvimento de sistemas acontece de forma pouco planeada e por iniciativa individuais de automatização de atividades operacionais. Os gestores de topo participam pouco na criação deste sistema de informação. Já os profissionais de informática concentram-se na construção de códigos de programação e manutenção do hardware de acordo com solicitações pontuais.

Estádio 2: Difusão

Nesta fase a gestão procura dispor de informação com o objectivo de melhorar a sua atividade. Aqui a gestão descobre que a informática pode contribuir para a organização e as aplicações informáticas entram na organização. Os profissionais de processamento de dados começam a desenvolver aplicações maiores que têm mais impacto na organização.

Estádio 3: Controlo

Aqui o objectivo é de controlar os custos com os sistemas de informação. Aqui também se difundem as bases de dados.

Estádio 4: Integração

Esta é a fase da integração. As organizações necessitam de integrar os sistemas que existem mas que estão dispersos e apresentam redundâncias (duplicações de informação e/ou de ficheiros). Aqui entra-se na Era da Geestão de Sistemas de Informação. Aqui o acesso á informação é muito mais do que apoiar o negócio e então torna-se vital para este funcionar. Como a informação é uma vantagem competitiva a empresa fica a ganhar vantagem para a concorrência. Os gestores começam a ver a utilização desta tecnologia não como uma despesa mas como um investimento. A tecnologia de bases de dados tem um papel fundamental na integração dos sistemas de informação.

Estádio 5: Gestão de Dados

O processo de integração de sistemas de informação, realizado na fase anterior, dá origem a uma fase de gestão de dados. Neste fase as bases de dados são devidamente exploradas e os utilizadores percebem o valor da informação.

Estádio 6: Maturidade

Aqui a evolução das tecnologias da informação está de acordo com a evolução da empresa. Aqui a preocupação incide sobre o desenvolvimento de sistemas e tecnologias de acordo com a organização.


A teoria dos estádios é fundamental para a compreensão da gestão das TI nos negócios. A teoria marcou o início da gestão das TI como um activo da empresa porque a sua grelha permite aos gestores medirem os recursos de TI e a eficácia da prestação de informações válidas para o negócio. Esta teoria é válida durante o resto do livro.

O estádio em que uma empresa se encontra é relevante para a estratégia empresarial. Usando ainda a teoria de Nolan, podemos estimar o nível de desenvolvimento da gestão das tecnologias de informação comparando empresas de diferentes sectores de actividade. Por exemplo se as depesas com tecnologias de informação têm um crescimento igual ao das vendas, sigfinica que a empresa está a ter rentabilidade com este novo sistema e que está a tirar partido delas.

Pode acontecer de uma empresa ter vários estádios de desenvolvimento das TI mas as várias funções irão convergir á medida que a empresa integra as suas tecnologias. Para uma empresa verificar como está a sua situação face á concorrência os gestores deverão de perguntar o que os concorrentes conseguem fazer, como por exemplo:

1. O concorrente tem uma imagem precisa das suas contas correntes?

2. Gere adequadamente as suas existências?

3. O concorrente consegue processar as suas encomendas? Comete erros? Tem actividades automatizadas?

4. Qual a rapidez de resposta e execução de tarefas de rotina?

5. Consegue dar resposta a pedidos com flexibilidade?

6. Segmenta o mercado com eficácia? Consegue adaptar os seus produtos e os seus serviços às necessidades de cada um dos clientes?

7. Está a obter vantagens com as tecnologias de informação como parte integrante do seu negócio?

Os Sistemas de Informação de Bases de Dados

Historicamente muitos sistemas informáticos desenvolveram-se nas organizações com fraco planeamento. Cada parte da empresa fazia o seu software. O resultado era muitos ficheiros duplicados, redundantes e inconsistentes, fazendo com que a gestão fosse difícil. Assim como a sincronização de dados não era constante o mesmo tipo de dados estava muitas vezes repetido.

A tecnologia de Bases de Dados apresentou-se como a solução para este problema, este que ainda se apresenta em muitas organizações. Uma Base de Dados é um conjunto de dados relacionados, organizados com o objetivo de servir várias aplicações que reduz a redundância desses dados. Essas bases necessitam de um software que permite o registo, consulta, atualização e eliminação de dados. O nome deste software é Sistema de Gestão de Bases de Dados.

O sistema de gestão de bases de dados permitem aumentar a flexibilidade na consulta dos dados porque possuem linguagens de interrogação dos dados (como o SQL) que fornecem respostas que a questões não previamente previstas aquando o desenvolvimento das aplicações informáticas. O sistema de gestão de bases de dados pode ainda apresentar funcionalidades tais como a construção de relatórios e outros serviços similares. Também dispõe de mecanismos de segurança dos dados. Estes sistemas permitem libertar os programadores e utilizadores da necessidade de saberem onde e como os dados são guardados separando assim o físico do lógico.

Um sistema de bases de dados tem três componentes fundamentais:

Uma linguagem de definição de dados;
Uma linguagem de manipulação de dados;
Um dicionário de dados.

A linguagem de definição de dados é formal e os programadores usam-na para fazer os conteúdos e a estrutura desta. Esta linguagem especifica todos os elementos que aparecem na base de dados.

A linguagem de manipulação de dados é usada juntamente com linguagens de programação para a manipulação dos dados nessa mesma base de dados. Estas linguagens contêm comandos que permitem aos utilizadores extrair diretamente dados da bases de dados para satisfazerem sa suas necessidades de informação, assim como podem ser incorporadas no código de aplicações informáticas que utilizam a bases de dados. A mais utilizada hoje é o SQL que pode ser embutido em aplicações informáticas. Também consegue ser desenvolvidas em outras linguagens de programação com o objetivo de executar funções mais especificas de gestão e manipulação de dados.

O dicionário de dados tem como função guardar as definições de cada elemento da base de dados, tais como utilização, representação física, responsável pelos dados, autorizações de acesso, etc. A generalidade de dados permitem produzir listas e relatórios sobre os dados existentes na base da dados.

O modelo relacional é um modelo de desenho de bases de dados baseado em tabelas constituídas por linhas e colunas. Numa linguagem matemática formal estas tabelas são designadas de relações. Desta expressão deriva a designação do modelo.

Alguns dos principais Sistemas de Gestão de Bases de Dados relacionais existentes nomercado são:
Oracle
Informix
Microsoft SQL Server
DB2 da IBM
Sybase
Ingres
Microsoft Access

Para organizações de grande dimensão que possuem um grande volume de dados, os sistemas de gestão de bases de dados têm um papel de organização muito importante.

Dos sistemas apresentados, o DB" e a Oracle são as que mais sucesso têm nas instituições financeiras pois são poderosos e capazes de manipular de forma eficiente grandes quantidades de dados. O Microsoft Access é mais aconselhado para pequenas bases de dados pois não possui o mesmo poder que algumas organizações necessitam. O SQL Server, da Microsoft, á mais aconselhado para as médias empresas quando o volume de dados não é muito significativo.

Sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning)

Os sistemas de ERP são usados para a integração dos sistemas de informação.

Um sistema ERP é um sistema integrado de aplicações, usando variados módulos que trata das mais variadas áreas da organização tais como armazém, produção, recursos, etc). Estes sistemas são basicamente bons pela liberdade de configuração tal que permite adaptar-se a trabalhos e organizações distintos. Também têm como objectivo ser a substituição para sistemas cuja integração não é a melhor. Os resultados são melhorias nas organizações tais como mais produtividade e menos custos.

O valor do ERP é de 180 milhões de USD em 2003. Os produtos ERP mais populares são o SAP R/3, o Oracle Financials e o Microsoft Navision. Existem muitos outros mas não são tão populares.
Geralmente um sistema ERP está contido numa única base de dados. Este recolhe os dados e fornece-os aos módulos das aplicações de software e estes tratam de toda a organização. Geralmente estão localizadas em sitios geográficos diferentes. Uma vantagem deste sistema é que os dados estão sempre atualizados. Assim os beneficios para as organizações são grandes.

A adoção deste sistema deveu-se a:

1. Muitos sistemas informaticos não estavam preparados para as novas exigências das organizações
2. O ERP permite integrar todas as aplicações operacionais
3. Com o comércio electrónico era necessária uma solução mais robusta.
4. As empresas multi-nacionais precisavam de um sistema fácil de replicar em diversos países.

Os sistemas ERP tiveram inicio na decada de 90 com uma evolução dos MRP (Material Requirement Planning). Estes eram destinados geralmente a empresas industriais que queriam procurar automaticamente os materiais de produção necessários para satisfazer uma encomenda de produto. Este tipo de sistemas evoluiu para o MRP II (Manufacturing Resource Planning) que conseguiam também analisar  outros numeros como o custo com a mão de obra, recursos financeiros, etc.

Os módulos mais utilizados dos sistemas ERP são:

. Contabilidade e finanças;
. Gestão de armazém;
. Gestão da produção;
. Compras;
. Vendas;
. Controlo de gestão;
. Distribuição/logística;
. Gestão da qualidade;
. Gestão de recursos humanos;
. Manutenção.

O SAP inclui os seguintes módulos:
SD - Sales and Distribution
MM - Materials Management
PP - Producion Planning
QM - Quality Management
PM - Plant Management
HR - Human Resources
FI - Financial Accounting
CO - Controlling
PS - Project System
WF - Work Flow

Os ERP apresentam funcionalidades extra tais como módulos para optimização da cadeia de abastecimento, CRM, comércio electrónico, etc. A economia digital está a criar alterações nos mercados e nos modelos de negócio. As empresas cada vez mais dependem da internet para se ligar aos clientes e fornecedores. O comércio electrónico foi bem aceite para disponibilizar produtos e serviços à escala global.

Um ERP apesar de ter muitos beneficios, também pode apresentar-se como uma ameaça. No passado as organizações faziam o software á medida das suas necessidades. Hoje, como o ERP é genérico, são as organizações que tentam adaptar-se ao software. Como tal, por vezes, isso implica prejudicar a organização.

Assim sendo, o ERP dipõe de vários módulos para cada um dos sectores de atividade.

Quando as opções que o sistema ERP não chegam para a empresa, pode-se reescrever partes do código ERP para o adaptar ás necessidades da empresa. A desvantagem é que diminui os beneficios do ERP e aumenta os custos para a organização pois é mais dificil comunicar com o software dos clientes e fornecedores.

Como tal, introduzir uma ERP abrangente é um projeto com uma estrutura complexa que implica transformações na organização e também representa uma oportunidade de os responsáveis repensarem os processos organizacionais. Isto significa que as ERP são uma vantagem não só pelo poder do software, mas das alterações feitas na estrutura da organização para melhor, alterações essas necessárias efetuar para que o ERP possa funcionar.

Para uma empresa multi-nacional, o ERP pode ser uma forma de uniformizar todo o funcionamento da empresa mesmo quando dispersa geográficamente. No entanto para algumas empresas nos mercados regionais, as diferenças são tão grandes que a uniformização é um processo muito dificil, e pode ser necessário preservar a autonomia local e manter um certo controlo corporativo. Desta forma torna-se dificil implementar um ERP visto que toda a informação é comum a toda a organização, informação essa que pode variar localmente.

Por vezes a adoção de um ERP pode ter resultados negativos, não pelo funcionamento do software, mas por falhas na organização que não consegue adaptar-se a este novo sistema.

Sistemas de CRM

Os sistemas de CRM (customer relationship management) são aplicações que permitem gerir o relacionamento estratégico com os seus clientes com o objectivo de os satisfazer melhor com relações mais personalizadas. Este software também permite identificar e ajudar a reter os clientes mais rentáveis. O CRM também gere os dados de cada cliente que estão na base de dados e partilha-o pelos departamentos da empresa como o de marketing, vendas, assistência, etc. Os dados dos clientes podem ser recolhidos por email marketing, call center, etc. O software gere ainda toda a informação sobre o cliente como numero de identificação, preferências, grau de satisfação, etc.

O CRM pode ser classificado em dois tipos:

CRM Operacional

CRM Analítico

O CRM operacional tem atividades como Call Centers, serviço ao cliente, campanhas de marketing, funcionalidade de comércio electrónico ou automação da força de vendas. O CRM analítico centra-se na análise dos dados recolhidos pelo CRM operacional e assim deixa identificar o comportamento dos consumidores, segmentação de clientes, análise de vendas, análise de campanhas, análise de risco, etc.

O correto desenvolvimento de uma estratégia de CRM geralmente tem o seguinta em conta:

maior conhecimento dos clientes;
adaptação dos produtos às necessidades da força de vendas;
aumento da eficiência da força das vendas
melhorar a consistência dos processos de negócio na organização.
desenvlvimento das capacidades analíticas da organização
melhor integração departamental

O principal produto no mercado é o Siebel, entre outros como o Clarify. Os ERP tradicionais como o SAP ou o Microsoft Navision também estão a incluir CRM nos seus produtos. Os bancos também investem fortemente am CRM para aumentar a satisfação dos seus clientes e a sua rendibilidade. Contudo devido á complexidade da introdução de tal CRM, nem todas as instituições têm sucesso com ela.

Sistemas de Informação Interorganizacionais

Este tipo de sistema permite ligar os sistemas de informação de diversas organizações graças á internet.

O EDI (electronic data interchange) é uma forma de comunicação electronica que permite a troca de dados tais como transacções comercials num formato que pode ser processado em aplicações de software. O EDI significa que os dados são transmitidos num formato que pode ser adotado pelos clientes e fornecedores. As vantagens são a redução de custos e mais eficiência da organização e rapidez. Atualmente o EDI baseado na web tende a substituir o baseado em redes da empresa.

O comercio electronico entre empresas, ou B2B, é uma rede de cooperação entre empresas para fornecimento de produtos e serviços que ainda é suportado por EDI.

O B2C significa business to consumer, como por exemplo a Amazon.

Já o eBAy é um C2C ou seja consumer to consumer.

Exercicios:

1. a: CRM
2.  bases de dados
3. C2C


O Ciclo de Vida do Projeto Informatico

Em grandes organizações um bom sistema de informação é necessário para o desenvolvimento da empresa. No entanto, visto ser complexo é complicado de implementar e de grrir. Um projeto informático é caro e requer permantente evolução.

Uma organização geralmente tem diversos subsistemas. Como tal é designado por ciclo de vida do projeto informatico.

Como tal é recomendado que se siga o seguinte plano de desenvolvimento de um SI: Planeamento do SI, estudo da viabilidade, análise de sistemas , desenho, programação, conversão de dados, testes, instalação, manutenção.

Estudo da Viabilidade

Este estudo é feito quando o sistema informaticaatual não corresponde á necessidades da organização. Em primeiro lugar identifica-se os problemas do sistema atual. Depois avalia-se cada alternativa. Depois escolhe-se a que tem o melhor custo/benefício.

Planeamento estratégico de sistemas de informação

Este tipo de planeamento irá definir as caracteristicas do sistema de informação. Em pequenas organizações este tipo de planeamento não é necessário. No entanto para grandes organizações é necessário. O planeamento estratégico de sistemas de informação é uma tarefa de gestão que tem como objectivo analisar como é que a informação e as tecnologias de informação podem contribuir para alcançar os objectivos estratégicos.

Os principais objectivos do planeamento estratégico de sistemas de informação são:

alinhar os investimentos em sistemas e tecnologias de informação com os objectivos organizacionais

explorar a possibilidade de utilizar os sistemas e tecnologias de informação para obter vantagem competitiva

desenvolver politicas e arquitecturar para os sistemas de informação

possibilitar uma adequada gestão dos recursos humanos e materiais necessários na área de distemas e tecnologias de informação

 preencher o portfolio futuro de aplicações e definir prioridades para o seu desenvolvimento

Para fazer o planeamento estratégico é necessário compreender o contexto organizacional e o contexto dos sistemas de informação. É preciso ainda saber os objectivos da organização para saber como o sistema de informação irá ajudar essa estratégia. É também preciso ainda saber o que a concorrência pretende fazer para obter vantagem competitiva. Finalmente é preciso saber que tecnologias de informação existem no mercado para melhorar a informação na organização.

A cadeia de valor é uma técnica usada para planear o sistema de informação da empresa. Este conceito de valor divide as actividades da empresa em actividades tecnologicas e economicamente distintas. São então chamadas de actividades de valor. Depois é visto quanto valor a empresa consegue oferecer mediante o que os clientes estão dispostos a pagar. A empresa será lucrativa se conseguir criar valor superior aos custos necessários para satisfazer as necessidades do cliente. Para obter a vantagem competitiva a empresa deverá de reduzir os custos ao máximo ou diferenciar-se da concorrência.

As actividades de valor de uma empresa são divididas em dois grupos: actividades primária e actividades de suporte. As primárias são aquelas que estão envolvidas na criação fisica do produto, marketing e suporte pos venda. As de suporte dão o input e a infra-estrutura que permite direta ou indiretamente a boa execução das actividades primarias. Todas as atividades consomem recursos adquiridos no exterior, humanos e combinação de tecnologia. A infra-estrutura da empresa incluindo a gestão geral, recursos humanos e a contabilidade, suportam toda a cadeia. A integração estratégica e operacional de todas as atividades da organização é assegurada no seio de uma cadeia de valor.

A cadeia de valor de uma empresa é um sistema de atividades interdependentes que estão nter-relacionadas entre si. Assim estas ligações fazem com que o modo como uma atividade é feita afete o custo e a eficácia das restantes.Para conseguir um desempenho superior a empresa deve melhorar estas ligações, as quais requerem a coordenação das atividades envolvidas. Os sistemas e tecnologias de informação estão a difundir-se na cadeia de valores da empresa e como tal estão a transformar o modo como as atividades são realizadas e a natureza de como se ligam entre si. Todas as atividades de valor têm um lado fisico ou seja tarefas para o desempenho, e uma componente de processamento de informação onde é criada e processada a informação para o desempenho da atividade fisica. Desta forma investir am tecnologias de informação podem ser consideráveis.

A cadeia de valor de uma empresa de uma industria pode ser descrita também como uma cadeia de valor da industria. Este sistema inclui as cadeias de valor dos fornecedores da proria empresa, canais de distribuiçao e do seus clientes.

Assim as cadeias de valor dos forncedores também afetam a nossa empresa pois as cadeias de valor estão interdependentes. Assim pode-se obter vantagem competitiva se melhorarmos as ligações entre estas cadeias de valor externas.

Um bom sistema de informação geralmente aumenta o valor da cadeia de valores. Assim melhora a relação entre a empresa e os clientes e fornecedores, em deterimento da relação com os concorrentes.

Na gestão da informação, esta flui no sentido contrário ao da realização do valor da cadeia, a partir d consumidor final. A oferta da informação circula no sentido contrário a esta tendo origem no fornecedor e deve dar a informação sobre os produtos que estão no sistema.

Para tirar o máximo dos investimentos em sistemas de informação, devemos dar resposta ás seguintes perguntas:

Que informação flui numa dada industria e onde é que ela é critica para o seu sucesso?

Que informação pode ser trocada com os forncedores e clientes para melhora o desempenho da empresa?

Como é que a informação flui através dos processos primarios e é usada para reduzir os custos de comunicação?


No inicio os sistemas de informação eram desenvolvidos no sentido de melhorar o desempenho da empresa de forma individual sem pensar na interligação organizacional nem nas actividades de suporte. Depois a utilização destes sistemas passou para melhorar a atividade primaria. De seguida começou a ser utilizada para melhorar as relações com os clientes e fornecedores através da CRM sem comprometer a eficácia interna das atividades.

As mais bem sucedidas empresas são aquelas que ligam melhor os seus sistemas ao longo da cadeia de valor.

O conceito de fator critico de sucesso (FCS) é a parte mais importante da organização e onde ela deve focar-se mais para obter o desejado sucesso e que devem receber mais atenção por parte dos gestores.

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